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Danilo Hora  

Fábula: do verbo latino fari, “falar”, como a sugerir que a fabulação é extensão natural da fala e, assim, tão elementar, diversa e escapadiça quanto esta; donde também falatório, rumor, diz que diz, mas também enredo, trama completa do que se tem para contar (acta est fabula, diziam mais uma vez os latinos, para pôr fim a uma encenação teatral); “narração inventada e composta de sucessos que nem são verdadeiros, nem verossímeis, mas com curiosa novidade admiráveis”, define o padre Bluteau em seu Vocabulário português e latino; história para a infância, fora da medida da verdade, mas também história de deuses, heróis, gigantes, grei desmedida por definição; história sobre animais, para boi dormir, mas mesmo então todo cuidado é pouco, pois há sempre um lobo escondido (lupus in fabula) e, na verdade, “é de ti que trata a fábula”, como adverte Horácio; patranha, prodígio, patrimônio; conto de intenção moral, mentira deslavada ou quem sabe apenas “mentirada gentil do que me falta”, suspira Mário de Andrade em “Louvação da tarde”; início, como quer Valéry ao dizer, em diapasão bíblico, que “no início era a fábula”; ou destino, como quer Cortázar ao insinuar, no Jogo da amarelinha, que “tudo é escritura, quer dizer, fábula”; fábula dos poetas, das crianças, dos antigos, mas também dos filósofos, como sabe o Descartes do Discurso do método (“uma fábula”) ou o Descar­tes do retrato que lhe pinta J. b. Weenix em 1647, segurando um calhamaço onde se entrelê um espantoso Mundus est fabula; ficção, não ficção e assim infinitamente; prosa, poesia, pensamento.

Projeto editorial de Samuel Titan Jr.
Projeto gráfico de Raul Loureiro

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Sobre aquilo em que eu mais penso
Ensaios

Anne Carson
Organização de Sofia Nestrovski e Danilo Hora

Tradução de Sofia Nestrovski
 
Helenista, poeta e tradutora, a canadense Anne Carson é uma das escritoras mais originais da contemporaneidade e autora de uma obra dedicada a dissolver as fronteiras que separam pesquisa de invenção, criação de crítica e tradução de autoria. Esta coletânea, organizada por Sofia Nestrovski e Danilo Hora, apresenta essa obra pelo prisma do ensaísmo, reunindo onze textos, escritos num arco de mais de uma década e todos eles inéditos no Brasil, em que a autora de Autobiografia do vermelho aproxima os autores aparentemente mais distantes, como Virginia Woolf e Tucídides, Homero e Elizabeth Bishop, Longino e Antonioni, Francis Bacon e Joana D’Arc.
R$ 65,00
 
Meninas

Liudmila Ulítskaia

Tradução de Irineu Franco Perpetuo
Posfácio de Danilo Hora
 
Primeira obra de Liudmila Ulítskaia publicada no Brasil, Meninas reúne seis contos que formam um ciclo de histórias perfeitamente arquitetado pela autora. Ambientados em Moscou no período próximo à morte de Stálin, em 1953, os contos são protagonizados por meninas de 9 a 11 anos de idade, que aparecem e reaparecem na peculiar sequência das narrativas. Reconhecida como uma das maiores prosadoras russas em atividade e recorrentemente cotada para o Prêmio Nobel de Literatura, Ulítskaia explora aqui com graça e sensibilidade as refrações da grande história no mundo interior e nas relações sociais das personagens.
R$ 62,00

 
     
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